terça-feira, 18 de maio de 2010

Como as guerras destroem o meio ambiente

Pode parecer menor frente ao número de pessoas que perdem suas vidas na guerra, mas a natureza – água, ar e solo – também sofrem com os ataques. Uma reportagem do The New York Times aponta para os efeitos devastadores do conflito Israel-Líbano no ecossistema da região.
O Líbano também é conhecido pelo seu litoral. Belas praias banhadas pelo Mar Mediterrâneo e a biodiversidade estão hoje ameaçadas pela grande quantidade de óleo que queima na superfície.
Nos dias 13 e 15 deste mês, ataques aéreos a um depósito de combustível levaram ao vazamento de 10 mil toneladas de óleo no mar. Por semana, estima-se que vazem mais 15 mil toneladas. As reservas de água potável também estão comprometidas, o que tende a causar um maior estrago ambiental.
A queima de combustíveis e de grandes áreas de florestas incendiadas prejudicam drasticamente o ar. Nuvens de fuligem se espalham contaminando tudo. “Quando o vento sopra para o norte é raro, mas quando sopra leste é mortal. Comida, móveis, tudo é sujo pela fuligem. Você não pode deixar um copo de água a toa.” – declarou Maher Ali, 24 anos e pescador.
As florestas libanesas sofrem com incêndios que não são controlados. Bombeiros e guardas florestais têm medo de ao tentarem apagar as chamas tornarem-se alvos de ataques aéreos. O Líbano não consegue mobilizar um método eficiente no controle do fogo pois os recursos estão sendo dirigidos a refugiados de guerra.
“Em Israel existem os aviões que tomam conta das florestas incendiadas, mas no Líbano os incêndios não são apagados ou até mesmo percebidos pois nossas prioridades deixaram de ser quanto ao meio ambiente...” – disse Mounir Abou Ghanem, diretor geral da Associação do dDsenvolvimento e Conservação de Florestas em Beirute. “No final das contas, quem se importa se uma floresta está pegando fogo quando pessoas estão morrendo, outras estão sendo desabrigadas e tendo suas casas incendiadas?” – concluiu.
O Ministério do Meio Ambiente libanês estima que o reparo a natureza custaria US$ 200 milhões - uma quantia extremamente alta para o país. Mas especialistas afirmam que os gastos podem ser maiores.
A Jordania e o Kuwait já ofereceram ajuda com o envio de assistência técnica e equipamentos úteis na remoção do óleo no litoral do Líbano.



Por: Alexssandra e Mike Rodrigues

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